Já falamos aqui no blog a respeito da economia de energia elétrica do aquecedor solar. Vimos que dependendo da residência a economia pode ser extraordinária. Entretanto, mesmo quem já tem aquecedor solar em casa está sentindo no bolso o reajuste na conta de energia.
Fala-se que o brasileiro nunca pagou tão caro pela energia elétrica. O reajuste na tarifa de energia neste ano de 2015 chegou de repente e pegou muita gente de surpresa e de acordo com a média do reajuste da tarifa de energia elétrica nacional, o brasileiro vai pagar aproximadamente 35% a mais do que o valor cobrado no ano passado.
Mas porque pagaremos tão caro pela energia elétrica em 2015?
O porquê do reajuste da tarifa de energia elétrica em 2015
Diversos fatores contribuíram para que houvesse esse reajusta na conta de energia em 2015. Dentre eles, podemos citar a falta de investimento em infraestrutura de geração e transmissão de energia, devemos levar em consideração também a falta de chuvas como um problema pois o Brasil apostou alto na produção de energia com usinas hidroelétricas e fez pouquíssimos investimentos em outras fontes renováveis de energia, como a energia solar e a energia eólica.
Vê-se um aumento nos investimentos em fontes ecológicas de energia mas infelizmente os benefícios deste tipo de ação não chegam do dia para a noite.
Sem contar que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo! Logicamente o valor da energia elétrica acaba sofrendo influência da política fiscal do governo.
Diante desse cenário, as pessoas nem sempre conseguem acompanhar as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de regulação, o que acaba confundindo o cidadão frente ao constante aumento na despesa com energia. Com isto em mente, resolvemos esclarecer as principais mudanças na conta de energia elétrica em 2015.
Reajuste anual autorizado pela ANEEL
A conta de energia deva subir em torno de 35% ao longo deste ano de 2015. E observe que o reajuste anual da ANEEL não tem como objetivo aumentar a lucratividade das concessionárias de energia. Na verdade o objetivo deste reajuste é a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, mantendo o poder de compra de energia das distribuidoras, assim como sua habilidade de arcar com outros encargos.
A inflação também contribui para a dissipação do poder de compra das concessionárias de energia. Comparando com anos passados, o percentual de 35% pode parecer alto ou até mesmo excessivo, mas devemos levar em conta que, com a baixa dos níveis dos nossos reservatórios de água, as empresas do setor energético têm sido forçadas a comprar energia termelétrica, que é produzida a partir da queima de combustíveis, o que a torna bem mais cara.
Outro fator que acaba pesando no bolso do consumidor são programas sociais como o Luz para Todos. A partir deste ano, o Luz para Todos passará a ser financiado diretamente pelo consumidor e não pelos cofres públicos, como no ocorrera passado.
Aumento de impostos
Outro fator responsável pelo aumento na conta de energia elétrica está ligado aos impostos sobre os combustíveis, amplamente utilizados na produção de energia termelétrica. Impulsionado pelo pacote de aumento de tributos implementado pelo governo, o gás natural e o óleo diesel tiveram um aumento considerável de preço.
Um reajuste de R$0,15 no litro de diesel influencia diretamente na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um dos componentes usados para calcular o reajuste da conta de energia elétrica. Trocando em miúdos, a geração de energia com termelétricas que já era cara, no cenário atual está ainda mais cara.
Bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias implementado pela ANEEL entrou em vigor neste último janeiro e visa a criação de uma tarifa de certa forma flexível. Uma tarifa que pode mudar de acordo com as condições de geração de energia de acordo com região. Além dessa flexibilização, esse novo modelo também tem uma função didática, que visa orientar o consumidor, de forma simples e direta, a cerca dos desafios da geração de energia em sua área durante determinado período, incentivando o responsabilidade no consumo da energia.
As bandeiras tarifárias são divulgadas de acordo com o calendário da ANEEL, geralmente no final de cada mês. Estas bandeiras podem ser de três tipos diferentes: bandeira verde, bandeira amarela ou bandeira vermelha.
A bandeira tarifária verde mostra que as condições estão favoráveis à geração de energia e, como consequência, a tarifa não sofre qualquer tipo de acréscimo.
A bandeira tarifária amarela, mostra que as condições não são tão favoráveis e, por isso, há um acréscimo de R$0,015 por kWh.
A bandeira tarifária vermelha mostra condições extremamente desfavoráveis à geração de energia, bem como o acréscimo de R$0,0300 por kWh.
Como passamos Janeiro e Fevereiro com bandeira vermelha, esses valores estão em vigor desde lá devido à estiagem e consequente falta de água nas represas das hidroelétricas.
Contudo a ANEEL já aprovou um novo reajuste na tarifa da energia elétrica, que passa a valer a partir deste março, no qual a bandeira amarela sobe para R$0,0350 de acréscimo e a bandeira vermelha sobe para R$0,0500 de acrécimo por kWh consumido.
Reajuste extra
Devido ao aumento no valor pago pela energia elétrica pelas distribuidoras em 2014, o governo autorizou que fosse tomado um empréstimo de 17,8 bilhões de reais junto aos bancos públicos.
A ideia inicial era não repassar esse custo para os consumidores, no entanto, novas diretrizes foram estabelecidas com o intuito de ajustar as contas públicas, o que provavelmente implicará, caso a proposta seja aprovada, em um repasse de valores ainda não definidos no período de 2015 a 2018. (As distribuidoras negociam, ainda, um novo empréstimo no valor de 2,5 bilhões de reais.)
Estima-se que a conta de energia elétrica deve aumentar, em média, 20% ao ano até 2018, um reajuste aproximadamente quatro vezes maior que a inflação. Além de todos os fatores que já analisamos, a projeção se baseia também na alta do dólar, uma vez que a energia gerada em Itaipu é negociada na moeda estrangeira, na redução precipitada da tarifa em 2013 e nos reservatórios com capacidades menores das novas hidrelétricas.
Em resumo, boa parte do reajuste na conta de energia ocorreu devido à seca. O Brasil dependente das chuvas para a geração de eletricidade e as consequências de uma seca como essa acabam sendo vistas com uma certa naturalidade. Entretanto, vale também refletir a respeito da carga tributária imposta ao setor de energia e um debate propondo soluções energéticas ecológicas, em especial num país com alta incidência solar durante todo o ano assim como o Brasil…
Bom, é isso aí pessoal! Independente destes reajustes da energia elétrica em 2015, qualquer economia é sempre bem-vinda, não é mesmo? Fale conosco e adquira já seu aquecedor solar para não gastar mais com chuveiro elétrico! A natureza e seu bolso agradecem!